25.3.13

Minha insanidade, minha inspiração.

As palavras tinham fugido de minha mão. Deixaram minhas canetas vazias cheias de tinta inútil.
Já havia desistido de um dia voltar a escrever como antes, e estava assim até que me veio uma sensação estranha. Uma que à muito tempo nao sentia.
As historias, as palavras, as ideias, minha mão começou a pesar, foi sozinha buscar algo com o que escrever, louca por liberar este desejo de soltar palavras como fogos de artificio.
E este desejo veio somente com a confusão.
meu coração se sentiu confuso pela primeira vez em alguns anos. Lembro que meu auge de inspiração foi em 2009, a morte de meu avô, seguida da perda do que eu julgava ser um grande amor. afundei em uma depressão paranoica. A insônia que me mantinha acordada me dava tempo para escrever.
O medo do escuro, o rastro fresco da morte. A solidão, o abandono, a impotência...
De todo meu tormento o que me guiava era escrever, um modo de me manter minimamente sã. Um modo de me livrar dos pesadelos, de demonstrar meu medo e afastar meus monstros.

Eventualmente passei por esta fase. Mas junto com minha agonia se foi minha inspiração.
Assim fiquei. Por um lado feliz, pelo outro vazia.
Um ano se passou.
Dois anos se passaram.
Três anos se passaram.
Nem me lembro quando foi a ultima vez que escrevi.
E agora, de alguma forma elas começaram a voltar. As palavras, a solidão, o tormento.
Tudo bem fraco, tudo distante. Mas já é o suficiente. Com um pouco dessa loucura posso reerguer um mundo.

Começo a pensar que talvez eu goste desta angustia. Talvez o tormento em mim seja como as ondas, o mar não existe sem elas.
Eu só existo em minha insanidade.

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